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Iepê – Declara situação de emergência após estiagem

A Prefeitura de Iepê publicou nesta quinta-feira, no Diário Oficial do município, o decreto nº 3/2024, que declara situação de emergência em toda a extensão territorial atingida pela estiagem prolongada e altas temperaturas.

De acordo com o documento, a situação de anormalidade foi comprovada de acordo com laudo apresentado por engenheiros agrônomos da Casa da Agricultura do município, que atestaram o baixo índice pluviométrico, além das temperaturas elevadas registradas, ocasionando perdas significativas em todos os setores do agronegócio e pecuária.

Esse laudo especifica que não chove significativamente no município há mais de um mês e tal escassez de água, aliada às altas temperaturas, causou danos severos em algumas culturas, especialmente soja e cana-de-açúcar, “que certamente contabilizarão déficit financeiro ao concluir as colheitas”.

Os engenheiros apontam que, no município, foram registradas algumas chuvas esparsas, com volumes não significativos, e que, devido às temperaturas muito elevadas, não foram suficientes para garantir o desenvolvimento vegetativo das plantas, causando morte e também prejudicando o florescimento, a formação de vagens e o enchimento de grãos, no caso da soja.

“Em alguns dias, as temperaturas máximas, registradas oficialmente, chegaram a atingir 41,4 ºC, com sensações térmicas de 3 a 4 graus maiores”, denotam.

Os profissionais detalham que, por ser o município essencialmente agrícola, há a preocupação com o impacto que essa interferência do clima pode causar na economia local, sendo que a maioria dos produtores, sejam grandes ou pequenos, já acumulam déficit financeiro de outras safras frustradas. “Alguns dos produtores de soja já fizeram a comunicação de ocorrência de sinistro junto às empresas seguradoras e muitos nem sequer possuem seguro”, completam.

Os levantamentos dos dados foram realizados pelos engenheiros agrônomos Humberto Evangelista Pires e Rogério Carlos de Souza.

Prejuízos econômicos e sociais

Com base no documento, a Prefeitura providenciou o referido decreto, que considera que a estiagem provoca expressivos prejuízos econômicos e sociais, com intensidade no que diz respeito à redução na produção de leite e bovinos de corte e redução de alimentos nas propriedades rurais, totalizando perdas significantes, bem como a possível frustração de boa parte da safra agrícola, impossibilitando que os agricultores cumpram seus compromissos de financiamento dos cultivos, com situação de alerta e endividamento no comércio de insumos local, bem como reflexo para a economia urbana.

“Considerando que o agronegócio e a pecuária são as principais fontes de geração de emprego e renda da população, as perdas na produção, além de prejudicar diretamente os produtores, especialmente no que tange ao cumprimento das obrigações financeiras assumidas com o plantio e com os trabalhadores rurais, trarão graves consequências à economia do município”, argumenta.

A administração municipal destaca que a quebra na produção causará efeitos negativos a todos os setores que dependem direta ou indiretamente da agricultura e da pecuária, efeitos que acabarão por atingir a Prefeitura, em especial nas áreas de ação social e saúde, restando caracterizar a situação de emergência.

Com este decreto, fica o poder Executivo autorizado a lançar mão da legislação vigente para que possa atender as necessidades resultantes da situação declarada, dentro dos limites de competência da administração pública.

O documento deverá valer pelo prazo de 180 dias.

 

Fonte : O Imparcial de Prudente