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Fentanil: epidemia de droga que transforma usuários em ‘zumbis’ mata 72 mil nos EUA

72 mil, estão relacionados ao uso de fentanil, de acordo com o Centro de Controle de Doenças (CDC). Para efeito de comparação, dados preliminares divulgados pelo Ministério da Saúde mostram que, em 2022, morreram 32.174 pessoas no trânsito brasileiro — que é considerado um dos mais violentos do mundo.

É o próprio CDC que classifica a situação como epidemia. Como outros opioides, o fentanil surgiu com fins médicos, como analgésico e anestésico. Como a medicação provoca dependência e sua venda é restrita, traficantes começaram a produzir o entorpecente ilegalmente. Para os criminosos, foi só vantagem: o fentanil é mais barato de ser produzido do que outras drogas e é de 50 a 100 vezes mais potente do que a morfina, outra substância opioide.

Para os usuários, o prejuízo é imenso. O fentanil é frequentemente chamado de droga zumbi, porque causa depressão respiratória — um efeito colateral do consumo elevado da substância — e deixa as pessoas em um estado de semiconsciência, como se fossem mortos-vivos. O problema se agravou nos últimos anos com a chegada da “tranq”, mistura de fentanil com a substância xilazina, que potencializa os efeitos.

Redução de danos

O fentanil se tornou um problema de saúde pública tão grande nos Estados Unidos que, em março deste ano, a FDA, agência similar à Anvisa e que regulamenta a comercialização de alimentos e medicamentos, entre outros produtos, autorizou o uso do spray nasal naloxona para interromper uma overdose.

Para o psicólogo e profissional em redução de danos Bruno Logan, a resistência em relação à naloxona pode causar mais mortes. Logan, que hoje mora no Canadá, conta que naquele país a naloxona é oferecida gratuitamente para reduzir os danos causados pelo fentanil. O remédio pode ser tanto inalado quanto injetado.

“O Canadá está bastante avançado na questão de política de drogas, e o uso da naloxona como antídoto contra opioides não está sequer em pauta”, diz o psicólogo. “O país entende que esta é uma questão de saúde pública, uma vez que o medicamento previne mortes.”

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